terça-feira, 27 de abril de 2010

Italia...CAP. I

Fui de encontro ao desconhecido, nao sabia nada de ti, e te procurando, encontrei a mim.

Florença!!! Mia Firenze!

Quando um dia, eu poderia imaginar o quao grande seria meu amor por ti.

Tudo começou em um dia de renascer...

Apòs meses de infelicidade e angustia, resolvi dar um basta na vida mediocre que andava vivendo. Arranquei o mal pela raiz, joguei no lixo um relacionamento frustante e resolvi entao que apòs anos de apneia amorosa, era chegado o momento de me dar um tempo.

Fiz minhas malas e fui pra' Italia. Inicialmente nao sabia por onde começar, eu nao falava italiano, e nao conhecia ninguem por la'. Mas a vontade de respirar novos ares era maior que qualquer medo e entao fui...assim mesmo.

Aluguei um quarto proximo à Estaçao de trem Santa Maria Novella, ganhei um mapa de presente do casal que me alugou o quarto e nele continha dois circulos vermelhos: um indicava onde eu estava e o outro a escola na qual me inscrevi...de italiano, claro.

Minha primeira impressao da cidade nao foi la' muito boa nao...Achei Firenze monocromatica demais pro meu gosto. Tudo bege, marronzinho...muito sem graça e sem cor, talvez também porque o meu coraçao se identificasse com aquele lugar.

Ja' nos dias seguintes a cor de Firenze foi aos poucos mostrando sua delicadas e quase imperceptiveis nuances. A cidade foi entao ficando mais intrigante, mais sensual...Isso mesmo, Firenze é extremamente sensual e se pudesse ser traduzida em um ser humano seria no minimo Audrey Hepburn...misteriosa, elegante, linda e com um coraçao que cabe o mundo.

Meu curso começou e as primeiras palavras começaram a sair dos labios com uma certa dificuldade. Era uma mistura de portugues, espanhol, italiano, ingles...uma adrenalina multi-cultural que mais confundia que ajudava. Na minha sala eramos 12 alunos, entre espanicos, turcos, japoneses, ingleses, americanos, enfim...um pedacinho do mundo em cerca de 20 metros quadrados.

Ainda me lembro de uma das vezes que cheguei atrasada na aula e abri muito gentilmente a porta (que devido as centenas de anos) poderia fazer um belo rugido...E entao, com delicadeza, assim que abri a porta escutei alguem falando japones...Nao acreditei!!! Imediatamente eu disse...japones NAOOOO...e fechei a porta. Nossa!!! Foi uma risada so', la' de fora da porta eu escuta as gargalhadas. Percebi entao que o bom humor nao tem lingua, pois todos entenderam a "minha piada".

Alguns passeios estavam no programa da escola, e cada um deles foi curtido como momento unico de nova experiencia. Nunca pensei que experiencia boa tivesse um cheiro especial...e tem sim, tem cheiro de alegria, de liberdade, de satisfaçao em saber que toda dor pode sim aos poucos dar espaço para uma alegria sem fim.

Esse cheiro permaneceu por toda a minha estada na Italia, sejam os 8 meses que passei como turista, ou os 5 anos seguintes que passei como aprendiz de italiana.

Cada palavra nova aprendida era uma explosao de sabores na minha cabeça: ciao, amore mio, bella ragazza, sole, luna, anima...Meu Deus, nao existe no mundo lingua que transmita mais romance que esta. E tinha em particular uma frase que eu adorava: Non ti preoccupare...

Nossa! Eu achava lindo e ainda acho.

Apos 1 mes de curso de italiano tinha chegado a hora de explorar novos gostos e amores. Para ser sincera, nunca fui muito boa em geografia, entao comprei um mapa da europa, uma mochila de tamanho razoavel, coloquei ambas no chao e fui, aos poucos, circulando com uma caneta vermelha os paises que eu gostaria de visitar.

Decidido o primeiro esboço de roteiro, comprei passagem so' de ida para Portugal, ponto de partida da minha grande aventura europeia, mas o que eu ainda nao sabia é que essa viagem seria muito mais interior do que propriamente nas cidades historicas e pitorescas da Europa.


Roteiro: Portugal - Espanha - França - Inglaterra - Belgica - Alemanha - Suiça - Italia (mais para frente vou desmembrar cada pais em que estive, as curiosidades e inusitadas experiencias de cada cidade)


Depois de 1 mes e meio viajando pela Europa voltei para a Italia no dia 24 de junho, aniversario da minha amiga Cris; dividiamos apartamento pouco depois que cheguei em Firenze; afinal, mesmo sendo caro, ainda era mais barato que alugar o quarto com o casal italiano.

Nao era somente o aniversario da Cris, era também dia de San Giovanni, padroeiro de Firenze, grande festa, com direito à fogos, fotos e uma linda noite estrelada às margens do Fiume Arno - Rio Arno.

Dia seguinte, malas prontas de novo, em rumo ao centro e sul da Italia, mais precisamente:

Roma..sem palavras

Napoles...nostagica e rodeada de uma beleza de tirar o folego

Pompeia e Visuvio...historia, catastofre, beleza remota

Capri...azul profundo e inexplicavelmente Grotta Azzurrra.

Tanta gente boa conheci nesta viagem de trem rumo ao sul, pessoas hospitaleiras, que me oferiam um lugar para dormir, embora eu ja' tivesse reservado um quarto no albergue de Napoles. Lugar encantador...mas que em um primeiro momento, especialmente no bairro em que fiquei nao era muito convidativo nao, pois era sujo, bagunçado...e nao se parecia com o resto da Italia que eu tinha visto até entao. Mas, devagarinho, assim como uma moça envergonhada, mas muito sexy, Napoles foi mostrando seu fascinio, sua natural beleza e especialmente sua PIZZA...huummm, como era boa a famosa pizza Margherita da Pizzeria Brandi, que comemorou em 2009 os 120 anos de existencia desta pizza conhecida em todo o mundo. E eu, COMI, COMI, COMI...até nao poder mais.

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